Paulo Oliveira
Paulo Oliveira nasceu a 25 de janeiro de 1949, em Cruzeiro de Santa Bárbara, São Luís, tendo como pais: Antônio Sérgio de Oliveira e Mariana Raimunda de Oliveira, ambos cearenses. Em 1953, com 4 anos de idade, juntamente com seus irmãos, acompanhou seus pais, que se transferiam para a localidade de Cumã, distrito de Guimarães. Ali permaneceu até os 7 anos, quando foi residir com sua irmã Maria de Nazaré, que se casara com o cidadão Napoleão do Carmo Cardoso e Silva e em cuja convivência, esteve boa parte de sua infância e adolescência.
Em 1959, aos 10 anos, passou a fazer parte do grupo de internos do Patronato Juliana Cunha Bastos. Esse Centro de Educação durou nesse endereço até março de 1961, quando o grande Seminário São José, recém construído, passou a funcionar ao lado do campo de aviação, onde ele esteve também internado, ao tempo do Pe. Marcelo Pepin. Cursou o primário na Escola Paroquial São José; o ginásio, no mesmo prédio, já com o nome de Escola Regional Nossa Senhora da Assunção; o curso normal, na Escola Normal Nossa Senhora da Assunção, cujo curso concluiu em 1971. Em março desse ano, foi nomeado professor primário pela Secretaria de Educação do Estado, para lecionar, à noite, no ensino supletivo.
Em 1974, foi convocado para atuar junto ao MOBRAL, na condição de supervisor de área. Na sequência, em janeiro de 1975, já residindo em São Luís, foi aprovado no vestibular para Direito, pela UFMA. Enquanto cursava faculdade, lecionava no Colégio Sotero dos Reis II, noturno, à rua São Pantaleão, pelo Departamento de Ensino Supletivo.
Em janeiro de 1980 colou grau em Direito pela UFMA, indo, posteriormente, advogar junto à Federação dos Trabalhadores na Agricultura. Em agosto de 1983, ingressou no Ministério Público Estadual como Promotor de Justiça. Daí então, atuou em várias comarcas do interior, tanto como titular como substituto. Em meados de 1991, quando respondia pela comarca de Grajaú, passou a sentir carência na visão, de modo a atrapalhá-lo na leitura, nos processos e na distinção geral das coisas. Ao procurar, então, o Dr. Afonso Farias, oftalmologista, no Centro de Olhos, no São Francisco, foi diagnosticado como portador de glaucomia, ainda em estado tolerante. Daí por diante, passou a usar colírios diariamente; porém, com o tempo, o quadro não melhorou. Posteriormente, sentiu outras perturbações visuais e, diagnosticado por outros oftalmologistas, teve de fazer um implante de uma córnea no olho direito e tempos depois, o implante de uma lente no outro olho. E assim, ficou quase que totalmente, prejudicado em sua visualização. Inclusive, iludido pela propaganda televisiva, esteve até em Abadiânia, em Goiás, em 1991, acompanhado de sua mulher, D. Carmem Celeste, a fim de aventurar algum milagre. Porém, o que presenciou naquela localidade foi apenas a presença de centenas de visitantes, ludibriados pelo célebre João de Deus, que prometia as curas mais absurdas.
Enfim, após sentir sua visão bastante afetada, procurou novamente o Dr, Afonso Farias, o qual, após minucioso exame, sentenciou: “seu glaucoma é irreversível e bem gravíssimo, a ponto e não lhe permitir mais trabalhar na profissão”. A seguir, ele lhe forneceu um atestado, declarando a deficiência e sua impossibilidade de continuar trabalhando. Após dar entrada do atestado médico, junto ao protocolo da Procuradoria Geral da Justiça, aguardou o deferimento de sua aposentadoria por invalidez. Destarte, a primeiro de julho de 1994, começou sua nova etapa de vida, como aposentado.
Convém ressaltar que Paulo Oliveira, antes de ser atropelado pela deficiência, jamais deixou, nos tempos vagos, sucessivas obras literárias, chegando, até a data da aposentadoria, a publicar 8 livros, das mais variadas categorias. Todavia, suplantando sua deficiência visual, persistiu em sua jornada cultural, produzindo mais obras, inclusive até o presente mês de janeiro de 2019, totaliza mais 17 trabalhos, atingindo 25 ao todo. O seu livro, “O Mundo dos Vetados pela Luz”, foi traduzido para o sistema braile, percorrendo assim a rede mundial. Sem saber digitar o notebook, utiliza uma técnica bem especial e talvez inédita. Usa pequenos gravadores e fitas, para nestas gravar seus textos e, em seguida, passa-los ao digitador, a fim de deixar o projeto em condição de serem encaminhados à gráfica.
Dessa maneira, driblando o problema visual, essa técnica atinge os objetivos do autor. Porém, o que ele fazia antes de perder a visão, que era o de desenhar e pintar, cessou definitivamente.
Na verdade, antes desta dura realidade, ele pintou dezenas de telas, chegando a participar de várias coletivas em São Luís. Abaixo de suas telas, ele sempre psicografava com o nome de “Paulíver”, que é a junção de Paulo com Oliveira, cujo codinome se estende até os dias atuais; o seu primeiro livro, “Respirando Meus Versos”, contém o pseudônimo “Paulíver”. No campo da música, compôs centenas delas, com variados ritmos e letras, chegando a gravar 7 CD’s, interpretados por variados cantores. Também, compôs cerca de dez hinos municipais, como o de Alcântara, Mirinzal, Cedral do Maranhão e Santa Inês, tendo o hino deste último obtido o primeiro lugar em um concurso promovido pela Secretaria de Educação daquele município. De igual modo, compôs em janeiro do corrente ano, o Hino Comemorativo aos 100 anos da cidade de Guimarães, criada pela Lei Estadual n.º 885, de 26 de fevereiro de 1920 e que se encontra já divulgada pela internet. Em sua trajetória musical, com a marcha-rancho “Se a Vida é Rum”, em 2002, logrou também o primeiro lugar no concurso de músicas carnavalescas, promovido pela Mirante.
RELAÇÃO DAS OBRAS LITERÁRIAS
(PAULO OLIVEIRA – “PAULIVER”)
RESPIRANDO MEUS VERSOS (poesia romântica, SIOGE, 1973);
SÃO LUÍS DE AÇO E ÂNSIA (poesia satírica, SIOGE, 1977), enfatizando o minério de Carajás, que passaria pelo porto do Itaqui, causando grande transformação no Maranhão e região;
NO INFINITO DAS COISAS (poesia, SIOGE, 1978); Segundo lugar no concurso promovido pela SURCAP-SIOGE, cujo tema versava sobre São Luís. É um poema épico, de conotação histórica, satírica e enaltecimento das belezas ludovicense;
GUIMARÃES NA HISTÓRIA DO MARANHÃO (pesquisa, ARTES GRÁFICAS, 1984), contendo um resumo da realidade histórico-geográfica, política, econômica e educacional do município de Guimarães, em relação à História Maranhense;
PANORAMA HISTÓRICO DE TUTÓIA E ARAIOSES (pesquisa, SIOGE, 1988). Nele consta uma panorâmica histórico-geográfica desses doisn municípios, encravados no delta do Parnaíba;
UM CANTO À GRAJAÚ (poesia, LITHOGRAF, 1991). É constituído de um poema épico, descrevendo principalmente as belezas naturais de Grajaú, assim como de seu povo;
POR QUE CANTAM MEUS VERDES CAMPOS (HOMENAGEM À CIDADE DE PINHEIRO) (poesia, LITHOGRAF, 1993). De natureza épica, descrevendo a realidade natural dos Campos Pinheirenses, com suas belezas, incluindo a Baixada como um todo;
CRONOLOGIA DA HISTÓRIA DE GUIMARÃES (pesquisa histórica, LITHOGRAF, 1992 – 1ª Edição). Nessa obra consta um relatório cronológico da história de Guimarães até o ano de 1992;
SABEDORIA POPULAR SEM SUPERSTIÇÃO (contos, Estação Produções LTDA., 2003). Vê-se nesse trabalho, um pouco da realidade de nossa gente, com uma pitada de lenda, realismo e coisas estranhas que acontecem no dia-dia;
CRONOLOGIA DA HISTÓRIA DE GUIMARÃES (2ª edição ampliada)(SEGRAF, 2008). Ele é uma reprodução da edição anterior, ampliada e enriquecida até o ano de 2008;
POEMARÃES, OU GUIMARÃES EM POESIA (SEGRAF, 2008); Uma espécie de poema épico sobre a realidade de Guimarães;
NO REINADO DAS NUVENS (poesia, Estação Gráfica, 2009). Nele consta assuntos variados, entre sátiras políticas, poesias e relatos cômicos;
A BÚSSOLA DE DEUS (literatura, Estação Gráfica, 2010). É um livro bastante curioso, relatando uma viagem entre Guimarães e Bragança, no Pará, por via marítima e daí, para Belém, a fim de participar da Mariápolis, em 1969. Dessa excursão participaram jovens da VILA GEN, Guimarães, bem como do município de Bacuri, liderados pelo Pe. João Cara. É cheia de novidades, com descrição do percurso, incluindo a chegada do barco em Bragança coincidindo com a chegada do homem à Lua;
SÃO LUÍS DE FORMA ENGRAÇADA (história, Estação Gráfica, 2011). Narra um passeio pelas ruas e praças de São Luís, feita por um professor, seu filho e um sobrinho, cujo guia explica a história de cada logradouro da capital, mas, de forma bem engraçada;
HERÓIS DA TRAVESSIA (aventura, Estação Gráfica, 2012). Narra uma extraordinária viagem, à noite, feita entre São Luís e Guimarães, em 1967, à bordo do Nova da Costa, por um grupo de jovens que iria participar do décimo aniversário de fundação da Escola onde estudaram. Foi uma viagem de muitos riscos, com o barco batendo na bóia, batendo em arrecifes, caindo gente no mar, enfim, uma viagem inesquecível.
ORVALHO DAS PEDRAS (poesia, Gráfica Riachuelo, 2013). Mais um trabalho poético de grande reflexão filosófica, sociológica e pragmática;
SINDICATO DO RISO, PIADAS CONTRA O ESTRESSE (humor, Gráfica Aquarela, 2014). O próprio título está explicando a natureza da obra. Há muitos casos reais, temperados com bastante humor;
RECONTANDO A HISTÓRIA DE GUIMARÃES (história, Gráfica Aquarela, 2015). É uma obra mais abrangente do que as anteriores, sobre o mesmo assunto. Ela está inserida até no blog: pauliver2013.blogspot.com;
CORDEL MARANHENSE SEM MENTIRA NENHUMA (poesia cordelista, Gráfica Sete Cores, 2016). Nele há um seriado de cordéis, todos no formato de septilha, com quarenta e dois versos, traduzindo muitos fatos históricos maranhenses, inclusive cordéis sobre Catulo da Paixão Cearense, do Delta do Parnaíba, do Baixio dos Atins (onde morreu Gonçalves Dias), inclusive, este poema consta no blog deste autor (pauliver2013.blogspot.com);
O AVC DA SORTE (romance, Valle Gráfica, 2017). É o primeiro romance do autor, narrando um fato inédito, ou seja, de um homem que ganhou na Mega-Sena e aplicou o dinheiro onde ninguém pode imaginar. Bem diferente dos outros acertadores, jogou dinheiro sobre os bairros mais pobres de São Luís, à bordo de um helicóptero, causando o maior pânico nos bairros e problemas para ele próprio;
O MUNDO DOS VETADOS PELA LUZ (pesquisa, Valle Gráfica, 2017). Pela primeira vez, no Brasil e no mundo, surge uma obra falando tudo sobre o mundo dos deficientes visuais, esquecidos e alijados pela soberba e egoísmo de muita gente. Ela foi digitada em braile e se encontra na rede mundial à disposição de todos os interessados;
OS DOIS DEGREDADOS DA FROTA DE CABRAL (história, Valle Gráfica, 2018). Esse livro explica a origem da História do Brasil, principalmente para os que nada sabem à respeito. A principal novidade dele é que, no primeiro capítulo, revela que o Brasil foi descoberto a doze de abril, e não a vinte e dois;
QUA QUASE MORRO DE RIR (HUMOR & CIA) (humor, Valle Gráfica, 2018). São sessenta piadas bem elaboradas e a disposição de quem gosta do humor;
GONÇALVES DIAS E O MISTÉRIO DE SUA MORTE NO BAIXIO DOS ATINS (história, Valle Gráfica, 2019), a ser lançado em setembro de 2019, na AMEI. É um livro ousado, porque revela muitas novidades, inclusive, contradições entre os historiadores. Há muitas teses diferentes das tradicionais à respeito da morte do poeta, cujo corpo sumiu misteriosamente ou criminosamente do local do naufrágio. Aguarde e verá;
CORDEL DAS EMOÇÕES SEM LÁGRIMAS DE CROCODILO (poesia, Valle Gráfica, 2019).