Rossana Jansen
Rossana Jansen é graduada em Direito (UFMA), com mestrado em Direitos Humanos (UC3M) e mestrado em Estudos Anticorrupção (IACA). Especialista em Transparência e Acesso a Informação (Unichile). Poeta, participou das coletâneas IV Conexões Atlânticas Brasil Portugal e Antologia Comemorativa Dia Internacional da Mulher -Poesia. Também contista, participou das coletâneas Nossa pena e a França equinocial, bem como da 2ª Coletânea de Prosa Mulherio das Letras. É seu primeiro livro publicado.
OBRAS DA AUTORA:
Sinopse:
"Self-se se puder
Coleção um Mulherio das Letras"
É janeiro. Domingo. Manhã chuvosa, mas o calor ainda é quase insuportável. Quero ter algo para dizer além de ‘adorei seu livro’. Até porque já disse isso. O cenário é o meu quarto, a luminária acesa, travesseiros, ar-condicionado, rádio ligado. Em ‘Self-se se puder’ a metáfora do título faz uma referência ao que podemos penetrar no cotidiano como momentos fugazes? Ou como individualidade? Essência? Subjetividade? Segundo alguns psicanalistas o ‘self’ –ou o ‘si’ – é assimilado ao objeto do investimento narcísico, então nada mais justo que nesses tempos ‘salve-se quem puder’ das lentes, das câmeras e celulares que nos rodeiam. Ou não.
O título e seu trocadilho para que a poesia habita tudo, muito me instigou. O que importa é fotografar, radiografar o dentro e o fora? Mas sinto em ‘Self-se se puder’, que devemos ficar atentos *‘àquela certa hora da tarde que era mais perigosa’, ou seja, o fim de tarde, pois, os poemas, em sua totalidade, nos levam a esse momento do cair da noite, quando a autora diz nascer um poema a luz crepuscular.
Por mais que o título do livro nos faça pensar que a poeta buscou a ideia de basear os poemas em retratos, em flashs, nos deparamos com uma escrita introspectiva, talvez em alguns momentos melancólica, tendo como pano de fundo esse azul noite, o silêncio, quase uma oração. Sua linha de fuga.
Então, mais uma vez venho dizer que ‘adorei seu livro’! Que a sua poesia é só aparentemente despretensiosa, que ela contém um jogo quase cifrado de rica intertextualidade, que é possível encontrar um pouco da (ou muita) entonação feminina que se revela em belas imagens quando reflete a condição e/ou suas preocupações da mulher na contemporaneidade, do nordestino no mundo, da cidade que habitamos, na geografia do corpo, do olhar, do dia-a-dia! Que outros poemas nasçam a cada ‘Self-se’!
Franck, em São Luís, 19/01/2020