Wybson Sousa
O poeta Wybson é senhor de uma dupla abrangência: a da tradição que lhe antecede e resguarda o verso e a da vanguarda que, contemporânea de um processo sempre a advir, o impele à modernidade do canto.
Sem se intimidar com a tradição imposta por Gonçalves Dias, sabendo-a, como toda tradição, uma túnica a ser usada sobre outros ombros, e sem fugir às experimentações do novo, abrangendo-o pela rarefeição do moderno, Wybson consegue um equilíbrio entre o que foi e o que será.
Sobre aquilo que é, nesses versos que lhe são agora um ponto de onde seguir para mais amplos oceanos, constrói, ele, atualmente, um modelo inicial de engenharia imagética e de fazer lírico.
Seus versos têm, na síntese capsulada das imagens, um impressivo ritmo de urgência e imediatez: flashes momentâneos de um homem a revelar-se em angustia e pensamento pela necessidade do canto. São, estes poemas, a realidade arrancada de uma cidade que teima em cultuar o velho, sem apreender e dar vazão ao novo, que vive, contudo, graças a poetas como este Wybson, testemunha privilegiada de uma nova hora e de um mais amargo e, no entanto, maravilhoso tempo.
Nauro Machado
OBRAS DO AUTOR
Sinopse:
"A obra Olhares Cruzados:
O Centro Histórico de São Luís"
A obra Olhares Cruzados: O Centro Histórico de São Luís tem como objeto de pesquisa a percepção desse Patrimônio Histórico da Humanidade (UNESCO, 1997) por moradores, turistas e gestores. O uso de mapas mentais como ferramenta de pesquisa científica e a cobertura patrimonial da arquitetura histórica são pontos fortes da obra. Um convite à reflexão de caminhos metodológicos capazes de dar conta de leituras que valorizem a complexa tessitura da paisagem.
Sinopse:
"Acaso"
Acordei sobressaltado. Zumbidos trouxeram-me à realidade aflitiva do embargo das nossas vidas ... um olhar seletivo procura as atualizações das redes sociais, evitando tragédias, tão frequentes ultimamente.
O desejo (in)controlado de não-ver antecipou o número de mortos pela COVID-19 no Brasil: 42.802 mortos e 851.321 casos confirmados e, imediatamente, pensei no que nos liga uns aos outros. As subjetividades que a visita daquele marimbondo, ou caba para os amazônicos, me trazia ... Acordar-me
às 6h30, isto é, na madrugada de um domingo e naquele zum-zum-zum, foi
providencial. Ocorreu-me fotografá-lo e ao ouvi-lo, ouvi-me ...