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Gairo Oliveira Garreto

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Gairo Oliveira Garreto é doutorando em Segurança e Saúde Ocupacionais pela Universidade do Porto, com projeto de tese aprovado sob o título “Segurança e Saúde Ocupacionais no Trabalho Rural Escravo dos Séculos XIX e XXI”. Possui Mestrado Acadêmico em Turismo e Hotelaria pela Universidade do Vale do Itajaí (Santa Catarina - Brasil), Especialização Lato Senso em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Estadual do Maranhão (Brasil) e Graduação em Engenharia Mecânica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão (Brasil). Atua como Professor/Investigador efetivo do Instituto Federal do Maranhão (Brasil) na área de Segurança e Saúde Ocupacionais, tendo sido Diretor Geral do Campus Alcântara entre 2011 e 2015; atua também como Engenheiro de Segurança do Trabalho efetivo da Prefeitura de São Luís (Maranhão – Brasil) e como perito em Engenharia de Segurança do Trabalho da Justiça do Trabalho.

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SINOPSE DO LIVRO

O material é resultado de um estudo sobre a história da família Garrett, a mesma do visconde de Almeida Garrett. O foco principal do livro está em um ramo pouco conhecido da família que saiu de Portugal para traficar escravos na Amazônia brasileira nos fins do século XVIII, sua integração e protagonismo na sociedade e economia escravagista, além da efetiva participação em batalhas e revoltas locais da primeira metade do século XIX (entre estas a que resultou na independência do Brasil).

O livro também se dedica a elucidar a origem da família e a sequência de acontecimentos ao longo das primeiras décadas do século XVIII que culminou com a sua chegada aos Açores e consequente estabelecimento definitivo da família Garrett em terras portuguesas. O que não foi conseguido por nenhum estudo anterior.

Esta obra é bastante diferente das demais já escritas sobre o tema por tratar-se em grande parte de material inédito e fortemente alicerçado em fontes arquivísticas até então desconhecidas, fruto de uma extensa pesquisa em fontes primárias de arquivos históricos e bibliotecas de três países.

É uma parte bem curiosa da história da família Garrett, ainda desconhecida, que conta com sua participação direta por diversos eventos ibero-americanos importantes entre o início do século XVIII e a primeira metade do século XIX.

Com aproximadamente 43 mil palavras e recheado de imagens históricas importantes ao entendimento do leitor, o público-alvo pensado para esta obra foi o de leitores de livros de história e biografia familiar com linguagem não acadêmica. Uma revisão historiográfica foi realizada pela professora doutora Antônia da Silva Mota (https://www.escavador.com/sobre/9703785/antonia-da-silva-mota).

 

Breve Resumo do Livro

Antônio Bernardo Garrett teve um conturbado processo de casamento, que aconteceu alguns anos após a chegada e estabelecimento dele e de mais duas irmãs à vila de Horta, nos Açores. Mas apesar do matrimônio coagido, permaneceu casado por décadas e somente após o falecimento da esposa mudou-se dos Açores para a capitania do Maranhão.

Foi nessas terras do Novo Mundo que Antônio Bernardo passou a atuar como traficante de escravos, comissário e fazendeiro. Era um grande utilizador da mão-de-obra escrava em todas as suas atividades, como era comum à sociedade da época, sem se importar com a terrível rotina desses trabalhadores cativos. Era década de 1780, um período de franca ascensão econômica abalado apenas pelas pesadas multas recebidas por atentado contra a saúde pública de São Luís do Maranhão. E estes reveses tinha relação direta com as péssimas condições oferecidas aos escravos por ele negociados.

Mesmo que de forma tímida, as ideias abolicionistas começaram a surgir neste período e o mais importante pensador português contrário à escravidão era o bispo Alexandre da Sagrada Família, seu sobrinho. A proximidade entre eles era grande ao ponto de Antônio Bernardo ser padrinho de dois dos irmãos do bispo, entre eles o pai do visconde de Almeida Garrett. Essa ambiguidade familiar era ainda mais interessante porque ambos tinham atuação em Angola, o tio como traficante e o sobrinho como bispo e abolicionista.

Com a morte de Antônio Bernardo em 1792, seu único filho e herdeiro, Antônio Raulino Garrett, assume os negócios no Maranhão. Era um período de forte crescimento econômico da província, o que o levou a abandonar todas as suas atividades anteriores em Cabo Verde e concentrar-se apenas na produção de algodão no Maranhão.

No início do século XIX Antônio Raulino passou a investir na aquisição de grandes glebas de terras em uma nova fronteira agrícola de algodão e adentra para o interior da província. Estas terras tinham passado a ser cobiçadas para a produção de algodão desde uma malfadada expedição militar a uma “cidade encantada de ouro” nesta mesma região, em 1796.

Foi nestas terras que Antônio Raulino multiplicou a família e a viu ganhar protagonismo político e social, mantendo as riquezas herdadas de seu pai. A partir deste local a família Garrett teve participação ativa nas batalhas relativas ao movimento de independência do Brasil, lutando tanto ao lado dos portugueses quanto ao lado dos brasileiros. Sofreram severas consequências sociais e econômicas após a consolidação da independência brasileira, mas souberam utilizar-se da força e da violência para contornar as dificuldades ao longo dos anos seguintes e se integrar definitivamente à elite social escravocrata brasileira.

Esta utilização de força e violência tão comuns aos escravocratas, entre outros fatores, levou à revolta popular conhecida por Balaiada (1838-1840), com severas consequências à família Garrett. A mais emblemática das consequências foi o assassinato de Antônio Raulino pelos escravos revoltosos de sua própria fazenda, como forma de vingar os lendários abusos cometidos por ele contra seus escravos.

Terminada a sequência de acontecimentos entre pai e filho (Antônio Bernardo e Antônio Raulino), a narrativa retorna a uma sequência de acontecimentos nas primeiras décadas do século XVIII que levaram a família Garrett a buscar estabelecer-se em terras lusitanas, e culminaram com a chegada dos três irmãos à vila de Horta. Elucidando ainda a real origem da família Garrett, com uma sucinta sequência de acontecimentos da família entre os séculos XIII e XVII.

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